quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Sobre mim

Perdida no tempo, sem noção de espaço ou de qualquer outra coisa.
Já não me lembro mais que dia é hoje. O ontem parece tão distante e o amanhã, aparenta não querer chegar. Não sei mais porque estou aqui, não sinto mais meus pés no chão. Olho ao meu redor e não vejo nada além da poeira que o vento levantou. Os escombros revelam que uma grande tristeza se abateu sobre esse lugar, sobre mim. Aquela velha música ainda soa suavemente aos meus ouvidos e tudo aquilo que faz parte de mim já não faz mais sentido. 
Meus pés estão cansados de tanto andar, de procurar algo significativo. Não vejo mais motivo para continuar aqui. Não sinto nada, não vejo nada, não quero nada.
Não sei se tudo isso é a existência de um lugar vazio ao meu lado, se é perda daquilo que se guardava. Eu não sei. Talvez a dor tenha sido tão forte, que me fez esquecer. Esquecer do ontem, do hoje e do que mais estiver por vir. 
Nada faz sentido, nada. Aquelas coisas que me constituíam hoje estão em pedaços. E olhar para esses cacos dói. Dói porque a única lembrança que tenho de mim mesma é a imagem do meu rosto refletida no espelho. Esqueci meu nome, quem eu sou.
E sobre mim, a única coisa que consigo saber é que estou perdida no tempo e para onde eu olho, tudo que vejo é a poeira que o vento levantou.

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