sábado, 30 de julho de 2011

Caparaó: Subida ao Pico da Bandeira


Quarta, 13 de julho.

Após acordamos e pegarmos todo o material que seria preciso para a caminhada à noite, saímos por volta das duas horas da manhã. Fazia muito frio, mais precisamente -7°C no Terreirão. Estávamos muito bem agasalhados e equipados.
A caminhada começou um tanto turbulenta e confusa. A lua, soberana, estava um pouco mais perto de nós. Linda, quase cheia. É interessante caminhar à noite, afinal, não é muito perceptível o tempo de caminhada e a distância percorrida. Tudo corria relativamente bem, até que Lucas começou a passar mal. Sentia-se tonto. Paramos algumas vezes para que ele pudesse se recuperar. Zé Dú também teve um mal-estar e decidiu ficar no caminho.
Caminhamos não tão depressa e com algumas paradas e, apesar do desconforto de Lucas e das dificuldades do percurso, a caminhada era agradável. A paisagem que nos rodeada era lindíssima. As montanhas ficam incríveis à noite. É uma sensação de que a vida é um sonho e de que todas as outras coisas se tornam pequenas perto daquela imensidão. “As pessoas não morrem, elas apenas acordam do sonho da vida.”. Eu começava a acreditar nessa afirmativa. “O mundo é meu, mas ele continua acontecendo sem mim.”.
Como fato inesperado, tive outra vista inesquecível: o pôr-da-lua. Estava amarela e se punha rapidamente. Imagem inesquecível e tão pouco comentada. Lindo.
Afinal, chegamos ao pico por volta das cinco horas da manhã. Ventava muito e o frio era incômodo. A Temperatura devia estar em torno dos -10°C. Parecia um acontecimento surreal. “A vida transbordava os olhos.”
Como ventava muito, Ricardo nos colocou juntos, deitados e cobertos no pico. E assim ficamos um do lado do outro, bem juntos, olhando para o céu incrivelmente estrelado e bem mais perto do que de costume.
De surpresa, Zé Dú chegou ao pico. Conseguiu se superar e continuou a caminhada sozinho para ver o nascer-do-sol.
Algum tempo depois, aproximadamente cinqüenta minutos, o sol começou a nascer lentamente. Só nesse momento nos levantamos e eu pude ver, do alto do pico da Bandeira, tudo aquilo que eu não sei definir. A paisagem que se via do alto se assemelhava a uma pequena maquete do estado de Minas Gerais.
Depois de algum tempo tirando fotos e aproveitando a paisagem, começamos a descer.