terça-feira, 9 de agosto de 2011

Gaiola

Da janela de vidros fechados, um sol embaçado
Suspiros, gemidos e gritos;
A vida rotineira, o sentimento naufragado.

Já não se sente mais a euforia, alegria.
O sorriso há muito se foi
Atos foram perdidos, ninguém se atreveria...

Realidade esquecida, um outro mundo sobressai
Esquece-se da própria vida, cria, inventa e não vive
Refúgio tranquilizante que, como nunca, atrai

Estudos, pesquisas complexas, anos guardados
Empoeirados, mofados, escondem o perfume da vida,
Quando toda a verdade rica está em gestos, versos delicados

No perfume de uma flor, no formato da lua,
No caminho já traçado de uma gota de orvalho acariciando uma folha
Ai está a felicidade. Limpa. Sem segredos ou mistérios, nua e crua.

Felicidade que muitas vezes se perde nos labirintos do talvez
Mas que só pode ser achada no caminho do coração.

2 comentários:

  1. Uau! Perfeito isso. Caramba, me senti lendo um daqueles poemas árcades ou barrocos, lindoos, complexos, inteligentes, cheios de subsignificados. Mas é muito melhor que aqueles versos dos séculos passados, que são super bonitos mas que a gente entende pouco; seu poema é mais o que inteligível: eu me senti presa a cada palavra, e infelizmente, trancada dentro da gaiola...

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  2. Menina, você é abençoada. Profundo, complexo, bem escrito. Você tem um dom.

    Cultive-o, e muito poderá ser feito através de ti.
    saudades.

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